COMPORTAMENTO SUICIDA, FAMÍLIA E ATENÇÃO PSICOLÓGICA EM SERVIÇOS PÚBLICOS

Autores

  • Evelise Saia Rodolpho Faculdades Adamantinenses Integradas
  • Ana Vitória Salimon Carlos dos Santos Faculdades Adamantinenses Integradas

Palavras-chave:

Comportamento Suicida. Clínica-Escola. Família. Winnicott. Políticas Públicas

Resumo

Considerado um ato de violência a si e como um problema de Saúde Pública pela OMS, o comportamento suicida exerce forte impacto nos familiares e serviços de saúde. Na ocorrência do comportamento suicida, a família pode ser analisada a partir de suas funções e relações com o membro afetado e/ou pelo impacto que sofre. Com base na premissa que as consequências envolvem vários processos, que muitas vezes requerem nova organização familiar, o presente trabalho objetivou analisar a implementação de um serviço de apoio a familiares de pessoas com comportamento suicida em uma clínica-escola de Psicologia integrada a uma rede municipal de prevenção ao suicídio: “Promover Vida”, de Adamantina, interior paulista. Tendo sido uma pesquisa-ação, realizaram-se plantões psicológicos na clínica-escola, onde se disponibilizou atendimentos de apoio aos familiares pautados nas consultas terapêuticas de Winnicott, sendo essas pessoas encaminhadas por órgãos de saúde da rede de prevenção. Havendo baixa aderência ao serviço, ampliou-se o campo de pesquisa, entrevistando psicólogas de órgãos públicos que compõem a Rede Promover Vida. Os estudos teóricos realizados, a dinâmica dos contatos na rede, os atendimentos e as entrevistas apontaram para algumas hipóteses: a dificuldade de sistematização dos atendimentos ocorreu por peculiaridades da população atendida; sendo compreendido, com frequência, pela família, que quem necessita de atendimento é a pessoa com comportamento suicida. Confirmou-se a intrínseca relação da família com o comportamento suicida, sofrendo seu impacto e estando relacionada ao desenvolvimento da pessoa e do grupo familiar, sendo fundamental melhor compreender os mecanismos desenvolvidos e a peculiaridade de cada órgão da rede de prevenção, para melhorar os serviços de atenção à família.

Referências

ARZABE, P. H. M. Conselhos de direitos e formulação de políticas públicas. Disponível em: http://www.dhnet.org.br/direitos/ textos/politicapublica/patriciamassa.htm. Acesso em 21 abril 2012.

BAPTISTA, M. N. Suicídio e depressão: atualizações. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A., Rio de Janeiro: 2004.

BEE, H. L. O ciclo vital. Porto Alegre: Artmed, 1997.

BLEGER, J. Psico-Higiene e Psicologia Institucional. Porto Alegre: Artes Médicas, 1984.

BOTEGA, N. J. Suicídio: saindo da sombra em direção a um Plano Nacional de Prevenção. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 29, n. 1, p.07-08, 2007 .

BRANDÃO, C. R. Pesquisa Participante. São Paulo: Brasiliense, 1990.

CAMARGO-BORGES, C.; CARDOSO, C. L. A psicologia e a estratégia de saúde da família: compondo saberes e fazeres. Psicologia e Sociedade; v.19, n.2, p.26-32, 2005.

CASSORLA, R. M. S. Do suicídio:estudos brasileiros. Campinas, SP: Papirus, 1991.

CERVENY, C. M. O. Família e... São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004.

COSTA, I. I.; SILVA, M. N. R. N. O. A rede social na intervenção em crise nas tentativas de suicídio: elos imprescindíveis da atenção. Rev Tempus Actas Saúde Colet.; v.4, n.1, p.19-29, 2010.

CVV – Samaritanos. Disponível em: http://www.cvv.org.br/. Acesso em 02 junho 2012.

DEJOURS, C. A banalização da injustiça social. Rio de Janeiro: FGV, 2006.

DEJOURS, C.; BÈGUE, F. Suicídio e Trabalho: o que fazer? Brasília: Paralelo, 2010.

DESSEN, M. A.; JUNIOR, A. L. C. A Ciência do Desenvolvimento Humano – Tendências Atuais e Perspectivas Futuras. Porto Alegre: Artmed, 2005.

FILHO, J., M.; BURD, M. Doença e Família. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004.

FRANCO, M. H. P.; MAZORRA, L. Criança e Luto: vivências fantasmáticas diante da morte do genitor. Estudos de Psicologia; v.24, n.4, p.503-511, 2007.

FUENTES-ROJAS, M. Psicologia e Saúde: a terapia comunitária como instrumento de sensibilização para o trabalho com comunidades na formação do Psicólogo. Campinas: Universidade Estadual de Campinas. Psicologia: Ciência e Profissão, 2011.

KOVÁCS, M. J. Morte e Desenvolvimento Humano. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1992.

____ _. Vida e Morte: Laços da Existência. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011.

KRUGER, L. L.; WERLANG, B. S. G. A dinâmica familiar no contexto da crise suicida. Psico-USF; v.15, n.1, p.59-70, 2010.

KÜBLER-ROSS, E. Sobre a morte e o morrer. São Paulo, Martins Fontes, 1992.

LINS, M. I. A. Consultas terapêuticas: uma prática clínica de D. W. Winnicott. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006.

NEVES, E. T.; CABRAL, I. E. Empoderamento da mulher cuidadora de crianças com necessidades especiais de saúde. Texto & Contexto Enfermagem, v.17, n.3, p.552-560, 2008.

OSÓRIO, L. C. Casais e famílias, uma visão contemporânea. Porto Alegre: Artmed, 2002.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Relatório sobre a saúde no mundo 2001: saúde mental – nova concepção, nova esperança. Genebra, 2001.

PAPALIA, D. E.; OLDS, S. W.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento Humano. Porto Alegre: Artmed, 2006.

GOMES, F. M. D. Plantão psicológico: novas possibilidades em saúde mental. Revista da SPAGESP, Ribeirão Preto, v.9, n.1, p.39-44, 2008.

SOUZA, N. R.; RASIA, J. M. Modelo de reação familiar ao suicídio. Família, Saúde e Desenvolvimento, v.8, n.2, p.117-127, 2006.

WERLANG, B. S. G.; MACEDO, M. M. K.; KRUGER, L. L. Perspectiva Psicológica. In: WERLANG, B. S. G.; BOTEGA, N. J. Comportamento Suicida. Porto Alegre: Artmed, 2004.

WINNICOTT, D. W. O ambiente e os processos de maturação: estudos sobre a teoria do desenvolvimento emocional. Porto Alegre: Artes Médicas, 1983.

WINNICOTT, D. W. Explorações Psicanalíticas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.

Downloads

Como Citar

Rodolpho, E. S., & Santos, A. V. S. C. dos. (2012). COMPORTAMENTO SUICIDA, FAMÍLIA E ATENÇÃO PSICOLÓGICA EM SERVIÇOS PÚBLICOS. Revista OMNIA Saúde, 8(1), 65–83. Recuperado de https://omnia.ojsbr.com/omniasaude/article/view/383

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)