A MORTE E SUAS VICISSITUDES: UM ESTUDO COM MÉDICOS E SUAS PERCEPÇÕES ACERCA DA FINITUDE HUMANA

Autores

  • Maria Carolina Costa de Almeida
  • Magda Arlete Vieira Cardozo UNESP/Assis

Palavras-chave:

Morte. Medicina. Psicologia.

Resumo

O presente trabalho consiste no estudo da percepção do conceito de morte para aqueles profissionais que convivem diariamente com ela: os médicos. Possibilitar a compreensão da relação deste médico com a morte e seu paciente pode acarretar conseqüentemente na melhora da relação entre esses personagens característicos do ambiente hospitalar e num modo de a Psicologia contribuir para esta relação interpessoal; objetivando a percepção do modo como os profissionais de Medicina vêem a questão da morte, compreender as defesas usadas por estes no trato diário com o paciente que pode vir a morrer e identificar possíveis diferenças na maneira de lidar com a morte com relação ao tempo exercido na profissão. Para tanto, foram realizadas entrevistas semidirigidas com quatro sujeitos do sexo masculino, clínico-gerais, sendo que dois atuantes há mais de 15 anos e dois com até 5 anos de formação no curso de Medicina. Mediante isto, pôde-se concluir que a racionalização da morte, a cisão da figura profissional da vida pessoal, a religiosidade, a negação da própria finitude e o distanciamento dos sentimentos com relação aos pacientes consistiram nas principais condutas defensivas apontadas; que a percepção da ideia de morte e a posição da Medicina frente à mesma condizem com a formação acadêmica de cada entrevistado; e, principalmente, que o tempo de exercício na profissão afeta sobremaneira o modo como estes profissionais assistem aos seus pacientes.

Referências

ANGERAMI-CAMON, V. A. Psicologia Hospitalar. São Paulo: Pioneira/Thompson Learning, 2003.

ESSLINGER, I. De quem é a vida afinal? Descortinando os cenários da morte no hospital. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004.

ETCHEGOYEN, R. H. Fundamentos de Técnica Psicanalítica. Porto Alegre: Artes Médicas, 2004.

FREUD, S. Luto e melancolia. In: Edição Standard das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. v. XII. Rio de Janeiro: Imago, 1996, pp. 249-263.

HINSHELWOOD, R. D. Transferência e Contratransferência. In: BURGOYNE, B.; SULLIVAN, M. (Org). Diálogos Klein-Lacan. São Paulo: Via Lettera, p.183-191, 2001.

KOVÁCS, M. J. Morte e desenvolvimento humano. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1992.

KÜBLER-ROSS, E. Sobre a morte e o morrer. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

LABAKI, M. E. P. Morte. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2001.

LEÃO, N. O paciente terminal e a equipe interdisciplinar. In: ROMANO, B. W. (Org). A Prática da Psicologia nos Hospitais. São Paulo: Pioneira, 1994 p.

LOPES, O. C. A Medicina no tempo: notas de História da Medicina. São Paulo: Melhoramentos, 1970.

QUINTANA et al. O Preparo para Lidar com a Morte na Formação do Profissional de Medicina. Revista Brasileira de Educação Médica, v.26, n.3, p.01-07, 2002.

ROMANO, B. W. A Prática da Psicologia nos Hospitais. São Paulo: Pioneira, 1994.

SEGAL, H. Introdução à obra de Melanie Klein. 2, ed. Rio de Janeiro: Imago, 1975.

SIMON, R. Introdução à psicanálise: Melanie Klein. São Paulo: EPU, 1986.

STARZEWSKI, A. J. et al, O preparo do médico e a comunicação com familiares sobre a morte. Revista da Associação Médica Brasileira, v.51, n.1, p.01-15, 2005.

VIANNA, A. PICCELLI, H. O estudante, o médico e o professor de medicina perante a morte e o paciente terminal. Revista da Associação Médica Brasileira, v.44, n.3, p.01-12, 1998.

Downloads

Publicado

23/06/2013

Como Citar

Almeida, M. C. C. de, & Cardozo, M. A. V. (2013). A MORTE E SUAS VICISSITUDES: UM ESTUDO COM MÉDICOS E SUAS PERCEPÇÕES ACERCA DA FINITUDE HUMANA. Revista OMNIA Saúde, 9(2), 45–66. Recuperado de https://omnia.ojsbr.com/omniasaude/article/view/332

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.